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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Casamento real - O conto de fadas de William e Kate

  O Beijo na varanda foi o momento mais carinhoso entre o mais novo casal da Realeza Britânica. Foi quase como estar em dois casamentos ao mesmo tempo ao acompanhar o matrimônio do príncipe William com a namorada de longa data Kate Middleton. 

 Milhões viram por tudo o mundo o novo casal da realeza, que,entre muitos nervos, lá conseguiu dar um ar mais moderno ao enlace. Quando entramos na abadia de Westminster - um local aconchegante e aquecido que fazia a multidão que se formou nas imediações parecer estar a um milhão de quilômetros de distância - vimos um cenário surpreendente. A maioria de nós esperava ver fileiras e mais fileiras de convidados vestidos em roupas formais, sentados calados em seus locais, esperando pacientemente o início da cerimônia. 

Em vez disso, a atmosfera era como de uma festa no jardim. Grupos de convidados conversavam nos corredores, cercados por árvores gigantescas retiradas dos jardins reais que fizeram a área central da abadia parecer muito mais como um boulevard francês do que como uma igreja. A luz vinha das filas de candelabros e das gigantes janelas de vidro. A temperatura estava surpreendentemente quente.

Eu esperava encontrar o prédio que recebeu as coroações reais por quase mil anos gelado, com correntes de ar - até úmido. Na verdade, o ar parecia aconchegante. Nós andamos acompanhando o tapete vermelho no caminho que Kate e William iriam fazer como marido e mulher. Todos conversavam amigavelmente. Os amigos e familiares do casal, se mesclaram com uma grande quantidade de convidados que incluíam a realeza de várias partes do mundo, celebridades globais como Elton John e David Beckham, e donos de lojas da cidade natal da família de Kate. Eu conheci a parceira de um dos tios de kate na fila para o banheiro. "A palavra surreal não serve nem para começar a descrever", disse Leah Lowinger. Nós estávamos estranhamente enclausurados na abadia. 

Apenas durante as pausas na música é que podíamos ouvir o som das multidões ou dos sinos da igreja, e ambos pareciam distantes. Não havia bandeiras da Inglaterra, multidões acenando, apenas um mar de chapéus coloridos. Só uma tela na abadia - a mais próxima da área onde os jornalistas estavam sentados, no canto dos Poetas - estava mostrando o que acontecia do lado de fora. 

Os Embaixadores e chefes de Estado estrangeiros sentados próximos a nós esticaram os pescoços para tentar enxergar o que acontecia. Como a maior parte das pessoas, nós - e eles - mal podiam ver o que estava acontecendo na abadia até que a cerimônia começou a ser transmitida nas outras telas. Até isso acontecer, estas telas mostravam apenas uma imagem congelada de flores. Assim que o príncipe William chegou, o ambiente mudou completamente.

A atmosfera informal deu lugar a uma seriedade intensa - foi como se quase todos estivessem segurando a respiração. A abadia ficou parada e silenciosa. O doce e fresco cheiro dos lírios do vale, plantados em canteiros espalhados pela abadia, dominaram o ar. De repente, todos estavam muito mais contidos. Até os cantos pareceram cautelosos  ainda que eu tenha dado meu melhor nas canções religiosas.

Não houve conversa ou momentos descontraídos. Pareceu algo realmente grande, mas também um pouco sombrio - talvez porque estivesse tão difícil de ver ou ouvir o casal, ou talvez pela formalidade da ocasião.Ainda que eu tenha ido a vários casamentos em igrejas, este foi sem dúvida o mais religioso e formal que participei, e isto deu um ar estranhamente impessoal. Ou talvez essa impressão decorra do fato de eu não conhecer os noivos e por estar na mesma situação de outras centenas de convidados.

Sem a chance ver o casal ou falar diretamente, e sem o final da cerimônia com beijo e romance, o que eu vou me lembrar mais será do cheiro das flores - e o fabuloso som das fanfarras no início do casamento.Como um convidado disse na saída da abadia: "Como um país, nós certamente sabemos como fazer cerimônias". 

FONTE: JORNAL O GLOBO. OBRIGADO PELA INFORMAÇÃO.

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