O ex-vice-presidente da República, José Alencar, morreu no início da tarde desta terça-feira, no Hospital Sírio-Libanês, aos 79 anos, após intensa luta contra o câncer que o acompanhou por quase 14 anos e marcante presença como fiel escudeiro do presidente Lula durante dois mandatos completos (2003-2006 e 2007-2010).
Dono de personalidade forte e opiniões contundentes, que por muitas vezes iam em direção contrária aos conceitos do governo -como no caso da defesa pela redução da taxa de juros-, o empresário que seguiu os rumos da política quando já era milionário se tornou, mais do que um importante apoio a Lula, um símbolo de força, representada por sua luta contra o câncer após seguidas internações e cirurgias.
Vida Política
José Alencar deu os primeiros passos na vida política como presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Em 1994, candidatou-se às eleições para o Governo de Minas e, em 1998, disputou vaga no Senado Federal pelo PMDB, elegendo-se por Minas Gerais com quase 3 milhões de votos.
José Alencar deu os primeiros passos na vida política como presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Em 1994, candidatou-se às eleições para o Governo de Minas e, em 1998, disputou vaga no Senado Federal pelo PMDB, elegendo-se por Minas Gerais com quase 3 milhões de votos.
Em 2001, o empresário recebeu convite para ser vice do então candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2002, compôs a chapa com Lula, elegendo-se vice-presidente da República para o período 2003/2006. Atuou também como ministro da Defesa.
Em sua primeira gestão, deu declarações polêmicas, principalmente sobre questões econômicas do próprio governo que integrava, criticando por várias vezes, e de forma áspera, a opção pelos juros altos para manter a economia nos trilhos.
Em 2006, Lula candidata-se à reeleição e novamente convida Alencar para vice. Já filiado ao PR, aceitou novamente ser o vice-presidente na chapa de Lula. Presidente de honra do PR, o vice-presidente José de Alencar é um crítico feroz da política de juros do Banco Central. E sempre queteve chance, reclamou das altas taxas de juros praticadas no Brasil.
Em 1997, através de um check-up, Alencar descobriu tumores na região abdominal - rim e estômago. Após cirurgia, o vice-presidente deixou o hospital sem os dois carcinomas, sem um rim e sem três quartos do estômago, mas sem precisar de quimioterapia nem radioterapia.
Em 2002, durante a campanha eleitoral, Alencar descobre um câncer de próstata durante check-up semestral. Nova cirurgia e, de novo, o empresário não precisou passar por sessões de quimioterapia ou radioterapia.
Em 2006, mais um check-up e outra má notícia: um tumor retroperitonial (porção posterior do abdome). Enquanto os outros eram carcinomas, esse era um sarcoma, que tira, mas ele volta. A nova cirurgia foi feita em Nova York. Mas desta vez, Alencar precisou passar por sessões de quimioterapia.
Em 2007, o tumor no peritônio voltou e Alencar passou por nova cirurgia.
Em 22 de janeiro de 2009, o vice-presidente foi internado para realização de exames. Três dias depois, Alencar foi submetido a uma cirurgia que durou cerca de 18 horas para retirar tumores na região abdominal.
Após receber alta, 27 dias depois de ser internado, ele disse em entrevista: "Não tenho medo da morte, porque não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte é melhor ou pior. Eu não quero viver nenhum dia que não possa ser objeto de orgulho", afirmou. "Peço a Deus que não me dê nenhum tempo de vida a mais, a não ser que eu possa me orgulhar dele".
No dia 9 de julho, Alencar voltou a ser internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para se recuperar de uma cirurgia para corrigir uma obstrução intestinal causada por tumores abdominais. Durante a operação, a 14ª, os médicos retiraram dez tumores, mas ao menos oito ainda permaneceram.
Duas semanas depois, o vice-presidente recebeu alta. Sorrindo e demonstrando ânimo, Alencar deu uma entrevista coletiva no saguão do hospital: "A minha guerra é contra o câncer. Essa última batalha não foi fácil. Estou saindo agora vitorioso dessa batalha, mas a guerra continua", disse.
Cerca de 12 horas depois, o vice-presidente voltou a ser internado com fortes dores para corrigir uma semi-obstrução do intestino grosso identificada na altura do reto. Alencar passou então pela 15ª cirurgia.
No final de 2010, prestes a completar seu segundo mandato como vice-presidente, chegou a ter seu tratamento interrompido devido ao seu estado crítico, que o impediu, inclusive, de comparecer a cerimônia de posse da sucessora de Lula, Dilma Rousseff.
Fonte: MSN
Fonte: MSN
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