Desta forma, a criança conhece o que
se espera dela e sabe como deve comportar-se. A aplicação
coerente de boas normas promove a ordem e a disciplina na família.
NORMAS EFETIVAS CONTRIBUEM
PARA QUE SEU FILHO SE SINTA SEGURO
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As normas a estabelecer dependerão de
cada família. Antes de estabelecê-las convém que você
observe detalhadamente a seu filho. Deve examinar seu comportamento fixando-se,
não apenas naquilo que faz mal e gostaria de mudar, mas também
naquelas coisas que ele faz bem. Isso pode lhe dar pistas para desenvolver
nele o bom comportamento que deseja conseguir.
Na hora de ESTABELECER ALGUMAS NORMAS é
importante que o pai e a mãe se sintam juntos e dediquem um tempo
a colocar-se de acordo sobre tais normas. Ao fazê-lo deverão
ter em conta uma série de recomendações:
As normas devem ser POUCAS: O mandar muito e
mandar fazer coisas inecessárias acaba sendo uma perca de autoridade:
nossos filhos se acostumam a escutar-nos "como quem ouve chover" e pensa
que lhes damos ordens"apenas para aborrecer".
As ordens devem dar-se DE UMA EM UMA e suficientemente
ESPAÇADAS NO TEMPO. Se você dá a seu filho uma série
de ordens em cadeia, o mais provável é que a criança
"passe" e faça como se não tivesse ouvido.
SER SÓBRIOS
NO EXERCÍCIO DA AUTORIDADE
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Portanto há que limitar a exigência
a poucas coisas. O filho deve saber que, nestas coisas, seus pais vão
perseverar na exigência. Devemos reservar nossa autoridade para
questões mais importantes e nas outras questões apenas sugerir.
As normas e ordens devem ser, além disso,
CLARAS e ESPECÍFICAS de forma que a criança saiba exatamente
o que se espera dela. Devem descrever-se de forma precisa para que tanto
a criança como seus pais possam determinar claramente se se cumprem
ou não.
EXPLICAR-LHES BEM O QUE LHES PEDIMOS ANTES
DE EXIGÍ-LO.
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Se quando você sai de casa diz a seus
filhos que, ao voltar, espera encontrar tudo arrumado, você não
está lhe dando ordens claras. Se, pelo contrário, diz a
João que deve fazer a cama, a Maria que deve arrumar a cozinha,
e a Pedro que deve tirar o lixo antes das 12:00 hrs é mais provável
que o cumpram.
Além disso, convém estabelecer
um LIMITE DE TEMPO para seu cumprimento, já que, quando não
se coloca, são freqüentes as discussões sobre quando
se fará a tarefa ou se cumprirá a norma.
Se, por exemplo, decide que seus filhos deverão
fazer as camas aos sábados e domingos e estabelece uma hora limite
para que cumpram esta tarefa, evitará muitos aborrecimentos.
As ordens e as normas devem ser RAZOÁVEIS
e adequadas à idade de seu filho: isto é, deve-se assegurar
de que seu filho dispõe dos recursos necessários para cumpri-la
e do tempo necessário para fazê-lo.
EXIGIR NO QUE É
RAZOÁVEL E JUSTO
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As ordens e normas devem ser RAZOÁVEIS.
Para que a obediência se converta em uma virtude, os pais devem
explicar aos filhos as razões pelas quais lhes pedem algo. A partir
dos 4 anos você deve insistir, portanto, em explicar-lhe o porque
do que lhe pede.
Convém, também, que lhe fale sobre
o que significa "obedecer". Deve deixar-lhe claro que todas as pessoas,
independentemente de nossa idade, temos que obedecer: obedecemos no trabalho,
na rua, dirigindo, etc. Obedecer não é coisa de criança
e eles não são uma exceção. Devemos obedecer
porque é bom para nós, nos ajuda a viver em sociedade, a
ser mais livres e mais felizes.
É melhor exigir POSITIVAMENTE:
Muitos pais dizem continuamente a seus filhos o que não devem fazer
mas não lhes dão dicas precisas sobre o que esperam deles.
Não é o mesmo dizer a seu filho "Não perca tempo
depois da aula" que "quando acabar a aula quero que venha direto para
a casa". Se você utilizar palavras positivas estará ajudando
seu filho a pensar e atuar positivamente. Assim saberá o que tem
que fazer e não apenas o que deve fazer.
AS PALAVRAS POSITIVAS
PRODUZEM CRIANÇAS COMPETENTES
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Deveremos procurar exigir NO MOMENTO OPORTUNO.
Não resultará muito eficaz se você pede a seu filho
que vá tomar banho na hora que está vendo seu programa favorito,
ou que tire o lixo quando está fazendo seus deveres. Comece exigindo-lhe
naquelas coisas que sejam mais gratificantes para a seguir passar a insistir
nas quais mais lhe custam.
REFORCE POSITIVAMENTE
SEU FILHO QUANDO CUMPRE AS NORMAS
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De fato, muitas crianças não aprendem
a obedecer porque NÃO LHES MOTIVAMOS para que obedeçam.
Freqüentemente, os pais nos esquecemos de reforçar-lhes quando
se portam bem. Consideramos que portar-se bem é seu dever e que,
portanto, não devemos reforçar tais comportamentos. Isto
constitui um grave erro. Não devemos esquecer que, de acordo com
as leis da aprendizagem:
SE REFORÇAMOS
UMA CONDUTA O FILHO A MANTERÁ , SE A IGNORAMOS O FILHO A
EXTINGUIRÁ
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Portanto, você deve procurar surpreender
a seu filho fazendo bem as coisas e elogiar-lhe. Quando você lhe
pede algo e ele o faz logo ao primeiro pedido, dê-lhe um abraço
e diga-lhe que está contente. É a melhor maneira de fazer
com que ele o repita.
Deve existir alguma CONSEQÜÊNCIA
prevista se se rompe o cumprimento de uma norma e utilizar aquelas conseqüências
que forem importantes para a criança.
OS CASTIGOS PREVISTOS
DEVEM SER TAMBÉM RAZOÁVEIS
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As conseqüências do não cumprimento
das normas devem ser consistentes: Em várias ocasiões, os
pais não somos coerentes e, quando a criança faz algo, atuamos
de forma contraditória. Por exemplo, se quando seu filho diz palavrões,
algumas vezes você ri achando graça e em outras lhe castiga
severamente, a criança não saberá diferenciar as
situações e será difícil que aprenda a comportar-se
de forma que interiorize as pautas de comportamentos que seus pais pretendem
ensinar-lhe. Estas situações geram, além disso, desconcerto,
e insegurança. Portanto, não se deve esquecer que, para
que uma criança aprenda é necessário que uma conduta
tenha sempre o mesmo tipo de consequências.
Tenha em conta que uma aplicação
coerente da regra e um castigo suave são muito mais eficazes a
longo prazo que a incoerência e os castigos severos. E lembre-se
que OS CASTIGOS DEVEM CUMPRIR-SE. Não ameace, portanto, com castigos
que não estamos dispostos a cumprir.
Seus filhos devem compreender que, quando livremente
não cumprem uma norma, são eles próprios quem ganham
o castigo. Os pais simplesmente vigiam o cumprimento das regras estabelecidas
e sua conseqüências.
TERESA ARTOLA GONZÁLEZ é doutora
em Psicologia pela Universidade Complutense de Madri e Master em Educação
Familiar pelo E.I.E.S (Educational Institute of Educational Sciences). Desenvolve
um amplo trabalho de pesquisa e docente no campo da Psicologia Infantil
e é professora da Escola Universitária Europea da Educação
de Fomento de centros de Ensino. É autora de diversas publicações
em sua maior parte dedicadas aos problemas de aprendizagem, sua avaliação
e tratamento.
do livro Como resolver
situações cotidianas de seus filhos de 6 a 12 anos